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Buldogue Campeiro

buldogue campeiro
Foto por André Lage – flickr

O Buldogue Campeiro, ou ainda buldogue pampeano, burdoga ou burdogue é uma raça brasileira que se originou do Cão de Fila da Terceira ou do cruzamento entre o Antigo Buldogue Inglês com raças locais – as teorias divergem.

Raça rústica, voltada para o trabalho pesado no campo, o Buldogue Campeiro ainda é um excelente cão de guarda e é muito fiel aos donos.

História da raça

Há duas teorias quanto às origens da raça criada aqui no Brasil.

A primeira teoria defende que o Buldogue Campeiro teria se originado do cruzamento entre Antigos Buldogues Ingleses (Old English Bulldog) – já extintos – e cães locais, enquanto que a segunda teoria defende que, na verdade, esta raça seria um remanescente puro do Cão de Fila da Terceira do tipo “Bull”, trazido para cá pelos portugueses.

Acredita-se que a primeira teoria seja a mais provável e que o atual Buldogue Campeiro ainda carrega as mesmas características do Antigo Buldogue Inglês, que possuía um perfil e atributos mais apropriados para o trabalho e que foram sendo perdidos com o tempo nos Buldogues Ingleses, porque criadores privilegiavam mais a estética do que tais traços funcionais, como força, resistência e agilidade.

O cachorro Bulldog Campeiro foi muito utilizado nos campos gaúchos, para controlar e capturar gado (contenção de gado) e também no Estado do Mato Grosso do Sul, onde desempenhava o papel de cão boiadeiro e trabalhava em matadouros.

Devido à regulamentação e imposição de leis e medidas sanitárias para matadouros, e também à popularização de outras raças de cachorro, o Buldogue Campeiro quase entrou em extinção durante os anos 70.

Foi graças a um cinófilo, Ralf Schein Bender, que a raça foi resgatada e aprimorada. A partir de 2001 ela foi reconhecida oficialmente pela CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia), mas ainda não é reconhecida pela FCI (Federação Cinológica Internacional).

Hoje, em canil especializado é possível encontrar o buldogue campeiro a venda por um preço na faixa de R$ 1.500.

Características físicas

Cão de porte médio e constituição robusta, o Buldogue Campeiro possui membros vigorosos e ossos sólidos. Sua altura (na cernelha) pode variar entre 48 e 58 cm. E o peso ideal dos machos varia entre 35 a 45 kg e das fêmeas, entre 30 e 40 kg.

A cabeça é larga e um pouco arredondada, com maxilares fortes e orelhas triangulares e caídas. Os olhos são ovalados e têm cores escuras.

Os lábios são grossos e pendentes. O focinho é curto e deve ser bem pigmentado. É ideal que a região dos olhos também seja bastante pigmentada. O pescoço é forte, nem muito comprido, nem muito curto.

O peito é largo e o dorso é reto, um pouco curto. A cauda é curta e torta. As pernas são musculosas e bastante resistentes. Uma curiosidade é que o Buldogue Campeiro é capaz de arrastar um boi de até 400 quilos.

A pelagem é curta e lisa, com textura média – nem muito áspera e nem muito macia – podendo apresentar diversas cores.

Buldogue campeiro

Personalidade

O Buldogue Campeiro é um cão rústico e versátil, dotado de espírito de luta. Muito fiéis e sociáveis, adoram a companhia de seus donos e costumam se dar muito bem com crianças. No entanto, podem sentir ciúmes e desconfiança diante de estranhos e outros cachorros. Ele é um cão que exige exclusividade.

Também é um ótimo cão de guarda, pois é corajoso e tem uma aparência intimidadora, além de latir somente quando é necessário, sem fazer tanto alarde quanto outras raças que latem por qualquer coisa.

Saúde da raça e cuidados

O Buldogue Campeiro pode viver até 12 anos de vida aproximadamente. E para mantê-lo bem e saudável por tantos anos, é importante tomar alguns cuidados básicos.

Por ser um cão rústico, ele não apresenta muitos problemas de saúde e é de fácil manutenção.

Porém, alguns indivíduos podem apresentar rugas em excesso na pele, que se não forem bem cuidadas acabam apresentando barbelas (dobras de pele sob o pescoço) e dermatites sérias. Por isso, é importante que haja sempre a verificação e limpeza da pele do cão. A pele solta também pode causar outro problema indesejável: prejudica a mordedura e faz com que o cão babe muito.

Doenças freqüentes em cães do grupo Molosso, como a displasia coxo-femural e a sarna demodécica, são menos comuns nos Buldogues Campeiros. E raramente apresentam problemas nas articulações. A presença de tumores e câncer nesta raça também é menos freqüente.

Exercícios físicos diários também são recomendados. O Buldogue Campeiro, além da resistência que possui, consegue respirar muito bem, e, desta forma, pode ser um bom companheiro para corridas, caminhadas e trilhas.

Alimentação: a quantidade de alimento a ser dada varia de acordo com o tamanho e idade do animal. Um buldogue campeiro filhote deve consumir de 90 a 340 g de ração de boa qualidade por dia. Já os adultos devem consumir de 270 a 350 g por dia. Para saber melhor sobre as quantidades, veja as instruções dadas pela marca da ração na embalagem.

Escovação dos pelos e banhos podem ser dados esporadicamente.

O lugar ideal para a raça viver

Muito dócil e não mais utilizado no trabalho de contenção de gado, a raça pode ser criada tanto em meios rurais quanto urbanos. Mas, vale lembrar, que o lugar ideal para a raça deve ter de preferência uma área grande como sítios, chácaras, ou até mesmo uma casa com quintal grande, pois devido às suas origens e histórico de cão trabalhador, é bom que ele disponha de um bom espaço para que possa gastar as suas energias.

O Buldogue Campeiro até pode ser criado em apartamento, desde que se faça passeios diários com ele.

A raça também é bastante resistente e consegue agüentar bem climas adversos.

Esse foi então o Buldogue Campeiro. Para quem tem interesse em aliar segurança e companheirismo para a família, esta raça pode ser realmente uma boa pedida. Se você ficou interessado, lembre-se sempre de procurar um criador idôneo!

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